terça-feira, 10 de setembro de 2013

Amor sobre todas as coisas

Texto retirado do Folheto "A MISSA".
23º Domingo do Tempo Comum. 

Quem de nós nunca ouviu falar de conflitos familiares que antepõem sogra e nora, sogra e genro, em busca do amor do filho e da filha, do esposo e da esposa?  Não poucas vezes as esposas tem ciúmes das sogras e vice-versa, o que vale para genros e sogros, irmãos, netos  e avós e , até mesmo, amigos.

O Senhor, neste domingo, vem nos ensinar não somente a distinguir os diversos tipos de afeto como nos convida a reordená-los.  É evidente que a amizade que une duas pessoas trata de um amor diferente daquele que existe entre esposo e esposa, e este é igualmente diverso do que existe entre pais e filhos.  Na prática, sabemos que por mais que um filho venha a se indispor com os pais - o que infelizmente não é raro na adolescência -, estes nunca deixarão de amá-lo e de perdoá-lo, pois ele é parte da vida deles, a quem geraram num ato de amor.  Aliás, nisto consiste a verdadeira paternidade: um amor gratuito, desinteressado e presente em todas as fases da vida.  Já o amor entre os esposos necessita de investimento, de diálogo, muitas vezes de renúncia, em grau maior até do que em relação aos pais.  A cumplicidade de vida, o abrir mão da última palavra, da vontade pessoal, necessita de diálogo, de respeito.  Nunca se ouviu dizer que um pai ou uma mãe trocasse de filho...

Ao mesmo tempo, o amor entre os esposos é o amor que pode desembocar também na paternidade e na maternidade; e um filho une para sempre a vida de um homem e de  uma mulher.  Por esse motivo, não deveria haver ciúme entre os pais, a esposa e o esposo, porque são amores totalmente diferentes. É exatamente o amor a Deus que vai regular todo tipo de amor humano, que nos faz honrar os pais e que nos faz respeitar o cônjuge como presente e graça de Deus.  Não é à toa que, na celebração do matrimônio, um diz para o outro  "eu te recebo e te prometo".  Quando alguém ama a Deus sobre todas as coisa, é fiel á esposa ou ao marido, porque sabe que é um dom, um presente de Deus a quem devemos amar com santo temor.  Da mesma forma, em relação aos pais.  Amar a Deus sobre todas as coisas, não anula os relacionamentos humanos, mas os ordena, dando sustentação para que as circunstâncias da vida não desfaçam o verdadeiro amor, como castelo de areia ao sabor do vento.
                                                                             (Sb 9,13-18)
                                                                             (Fm 9b-10.12-17)
                                                                             (Lc 14,25-33)

                                                                                                             

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