Texto retirado do Folheto "A MISSA".
23º Domingo do Tempo Comum.
Quem de nós nunca ouviu falar de conflitos familiares que antepõem sogra e nora, sogra e genro, em busca do amor do filho e da filha, do esposo e da esposa? Não poucas vezes as esposas tem ciúmes das sogras e vice-versa, o que vale para genros e sogros, irmãos, netos e avós e , até mesmo, amigos.
O Senhor, neste domingo, vem nos ensinar não somente a distinguir os diversos tipos de afeto como nos convida a reordená-los. É evidente que a amizade que une duas pessoas trata de um amor diferente daquele que existe entre esposo e esposa, e este é igualmente diverso do que existe entre pais e filhos. Na prática, sabemos que por mais que um filho venha a se indispor com os pais - o que infelizmente não é raro na adolescência -, estes nunca deixarão de amá-lo e de perdoá-lo, pois ele é parte da vida deles, a quem geraram num ato de amor. Aliás, nisto consiste a verdadeira paternidade: um amor gratuito, desinteressado e presente em todas as fases da vida. Já o amor entre os esposos necessita de investimento, de diálogo, muitas vezes de renúncia, em grau maior até do que em relação aos pais. A cumplicidade de vida, o abrir mão da última palavra, da vontade pessoal, necessita de diálogo, de respeito. Nunca se ouviu dizer que um pai ou uma mãe trocasse de filho...
Ao mesmo tempo, o amor entre os esposos é o amor que pode desembocar também na paternidade e na maternidade; e um filho une para sempre a vida de um homem e de uma mulher. Por esse motivo, não deveria haver ciúme entre os pais, a esposa e o esposo, porque são amores totalmente diferentes. É exatamente o amor a Deus que vai regular todo tipo de amor humano, que nos faz honrar os pais e que nos faz respeitar o cônjuge como presente e graça de Deus. Não é à toa que, na celebração do matrimônio, um diz para o outro "eu te recebo e te prometo". Quando alguém ama a Deus sobre todas as coisa, é fiel á esposa ou ao marido, porque sabe que é um dom, um presente de Deus a quem devemos amar com santo temor. Da mesma forma, em relação aos pais. Amar a Deus sobre todas as coisas, não anula os relacionamentos humanos, mas os ordena, dando sustentação para que as circunstâncias da vida não desfaçam o verdadeiro amor, como castelo de areia ao sabor do vento.
(Sb 9,13-18)(Fm 9b-10.12-17)
(Lc 14,25-33)
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